Diário I


22/1/09
Tenho feito uma recusa? Não sei exatamente a resposta. Melhor dito, não me atrevo a um face a face. Tenho receio de estar mutilando não sei que parte de mim, causando uma dor lancinante, a qual não ouso sentir.  Recuso um convite ou não cometi senão um equívoco? Ou o convite era outro? Quero compreender que se trata desta última perspectiva (forço-me ou só agora melhor percebo?). Tenho a sensação de que passei por cima de um obstáculo, quando me parece que não deveria saltá-lo.
Dou-me conta de que passei praticamente toda a minha vida envolta nestes questionamentos, e recusando-me a dar uma resposta. De início, o que me paralisava era o fato de não saber exatamente o que me era demandado. A ignorância, pois, era meu lenitivo e escudo. Passados tantos anos, não posso esquivar-me da pergunta. A resposta também me assedia. O questionamento é claro. A resposta é certa. O que é isso que me exige um encontro comigo mesma e com Aquele que é meu princípio? E princípio no sentido de origem, conservação e fim. Isso, em que me perco e me acho, determina minha vontade de um modo tão contundente, tão cruciante, que me vejo à revelia de minhas pretensões. Esta, a resposta.

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